Quando escuto falar sobre abuso sexual
contra uma mulher adulta, que tem seu corpo invadido e muitas vezes é sinalizada como "piriguete que sai sozinha na rua de roupa curta, pedindo para ser comida" sinto enjoo, revolta, raiva. Quando escuto falar sobre
esse ato criminoso, monstruoso e doentio contra uma criança, minha vontade é de
ir ao encontro do causador do abuso e lhe dar um tiro na cabeça. Essa semana
tenho lido vários artigos e a própria carta escrita por Dylan Farrow, filha
adotiva de Woody Allen. Ela relata em sua carta a maneira como foi abusada
sexualmente, na infância, por aquele que ela chamou de pai e o como médicos,
especialistas e a própria fama do pai mascararam esse ato
cruel e nojento. A carta na íntegra você encontra aqui (http://oglobo.globo.com/cultura/dylan-farrow-qual-seu-filme-favorito-de-woody-allen-11479372#ixzz2sGAjSU00)
Woody já havia
sido acusado outra vez desse mesmo crime, mas saiu ileso e inocente das
acusações. E quanto a acusação feita por Dylan, ela foi rotulada
como uma criança que não tinha maturidade intelectual para discernir realidade
e fantasia. Há tanta bizarrice e crueldade incutida no relato dessa
jovem que não tenho coragem de imaginar o que ela passou. A justiça o fez
inocente, ok. Mas o que penso é apenas que isso acaba reforçando o medo que
muitas pessoas tem de denunciar esse ato, causando culpa na própria vítima.
Dylan chegou a dizer que se sentiu culpada por inúmeras vezes ao ter permitido
que ele se aproximasse de outras crianças. Entendem como isso é doentio? É um
ato tão desumano que faz a vítima se sentir culpada. Até quando meu Deus?
Espero que
justiça seja feita e que o poder da mídia, do sucesso e de inúmeras outras
influências não mascare mais uma vez a monstruosidade relatada por essa
jovem.
Sem mais.
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